Os dedos movem-se com uma maestria que desconhecíamos, como uma extensão dos olhos que buscam uma e outra notícia, novidade, e demoram-se aí. E encontram aí a vida desta nova forma de “identidade”. São perfis em rede. São redes que se tecem, entrelaçam e podem criar proximidade e encontro.
O feed, essa espécie de lista de histórias constantemente atualizada de status, fotos, vídeos, links, e gostos, é um manancial para os nossos dedos como para os nossos olhos, onde a componente visual não é, muito pelo contrário, de somenos importância.
E demoramo-nos aí todos! De diferentes gerações, de diferentes géneros, estratos sociais, de diferentes geografias, de diferentes partidos, religiões, clubes. Aí somos uma espécie de Aldeia Global de que nos falava Mcluhan nos anos de 1960, quando houve significativas evoluções nos meios de comunicação, nomeadamente as transmissões via satélite e a popularização dos aparelhos de televisão.
Vivemos uma nova e inevitável aldeia global.
A propósito do Dia Mundial das Redes Sociais, que se assinala a 30 de junho, “assaltou-nos” esta auto-provocação: Por que é que comunicamos? E que bom que foi, como Equipa de Comunicação das Religiosas do Sagrado Coração de Maria em Portugal, fazer esse exercício de encontrar os fundamentos e na formulação das ideias encontrar as razões, a intencionalidade, o propósito, a matriz identitária.
Comunicamos porque vemos aí um ministério potenciador de partilha, unidade e visibilidade, conforme nos impeliam as conclusões do capítulo provincial de 2019.
Comunicamos porque queremos “falar com o coração, testemunhando a verdade e o amor”, conforme nos desafiava o Papa Francisco na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano.
Comunicamos porque queremos permitir encontros que de outra forma não teriam lugar!
Comunicamos porque temos boas notícias. Imagina os títulos:
- Proclamam que Jesus Cristo veio para que todos tenham vida.
- Vivem em unidade na diversidade porque são muitas culturas, mas têm um só coração.
- Promovem a Justiça, a paz e a integridade da criação, proclamando que todos têm lugar na nossa casa comum.
- Escutam o pulsar de Jesus Cristo no mundo.
- Respondem às necessidades da Igreja e do mundo com um espírito de fé e zelo.
- Um Instituto apaixonado pela humanidade.
- Gente de oração e compaixão.
- Comunidades afetivas que escutam e cuidam com o coração.
- Globalizadores da solidariedade e da esperança.
Comunicamos o que somos!
Comunicamos com o coração. É ele que nos move a ir ver, ouvir, escutar. É ele que nos impele para uma comunicação acolhedora, inclusiva, verdadeira. Uma comunicação cuidada, mas não maquilhada. Faz falta, não faz?!
Vivemos uma nova e inevitável aldeia global. E perante ela, assumimos mover-nos sem “passar pelo Restelo”. Queremos fazer como os Santos Reis Magos e seguir por outro caminho. E como Maria, temos pressa porque temos um Evangelho (Boa Notícia) para anunciar!
Quando escutamos com o coração, como que imerge em nós um natural movimento interior que nos leva a falar e cuidar com ele. Queremos comunicar o bem e a esperança!
Voltemos a Francisco e à sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais: “O apelo para se falar com o coração interpela radicalmente este nosso tempo, tão propenso à indiferença e à indignação, baseada por vezes até na desinformação que falsifica e instrumentaliza a verdade”.
Não podemos não comunicar! Somos portadores de uma boa noticia. Ecoam em nós as palavras de Sophia de Mello Breyner Andresen: Vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar!
Comunicamos para que todos tenham vida!
Fazes like?! Partilhas?! Escutas? Falas?!
Equipa de Comunicação do IRSCM | Portugal