O ser humano, desde cedo, sentiu a necessidade de comunicar, de se conectar instantaneamente com amigos, familiares e colegas em qualquer lugar do mundo.
A capacidade de poder partilhar emoções, risos, lágrimas, independentemente da distância, tem sido o grande impulsionador do desenvolvimento das telecomunicações e do desenvolvimento de novas formas de comunicar. Esta capacidade de estar presente, mesmo à distância, é uma dádiva.
Na semana em que comemoramos o Dia Mundial das Telecomunicações – 17 maio, data que assinala o aniversário da assinatura da 1.ª Convenção Internacional do Telégrafo, em Paris, a 17 de maio de 1865, relembramos o nosso fundador, o Pe. Jean Gailhac, um homem à frente do seu tempo.
Jean Gailhac ensina-nos que as conexões humanas são a base de uma sociedade justa e compassiva.
Elas transcendem a distância física e são construídas com empatia, amor e compreensão. Gailhac acreditava que por meio da educação e colaboração, poderíamos construir pontes de compreensão e promover o bem comum, construindo um mundo melhor para todos.
Esta conectividade tem sido um poderoso recurso na superação de barreiras geográficas e sociais, abrindo portas a novas oportunidades educacionais para todos, promovendo a troca de ideias e experiências bem como a compreensão mútua e colaboração. Abrimos os nossos corações para a diversidade.
Ainda recentemente, fustigados por uma pandemia a nível mundial, fechados e isolados nos nossos “pequenos espaços físicos”, pudemos reconhecer a importância destas conexões, a importância de estar “ligado”, a importância de educar à distância para que todos tenham vida, a importância de estar presente, a importância de desenvolver novas tecnologias, novas formas de comunicar.
Além do intercambio cultural e da partilha de diferentes conhecimentos, as novas formas de comunicação ajudam a combater a exclusão digital e a reduzir as desigualdades, proporcionando oportunidades iguais de acesso à informação e à comunicação, uma premissa bem presente no nosso fundador.
O Papa Francisco lembra-nos que somos chamados a ser administradores da Terra, para proteger e preservar o mundo natural para as gerações futuras. Isso significa estar atento ao nosso consumo de energia, reduzir nosso desperdício e apoiar práticas sustentáveis.
À medida que abraçamos as novas tecnologias na comunicação e os seus benefícios, também devemos estar atentos à nossa responsabilidade de cuidar do planeta.
No contexto das comunicações de longa distância, cuidar da casa comum pode significar efetuar uma videoconferência em vez de viajar para uma reunião.
Embora as telecomunicações tenham encurtado as distâncias físicas, é fundamental lembrar que a conexão humana genuína vai além da comunicação digital. É fácil perder de vista o aspeto humano, deixando-nos com uma sensação de isolamento e desconexão. Devemos valorizar também as interações presenciais, o diálogo face a face e a empatia nas relações pessoais. As telecomunicações são uma ferramenta poderosa que deve ser usada para fortalecer e enriquecer as conexões humanas e não substituí-las.
Inspirados nos passos de Jean Gailhac, podemos aproveitar todos estes desenvolvimentos para promover a solidariedade, a compaixão e a justiça social. Ao utilizar essas ferramentas com consciência e empatia, podemos construir pontes e promover um diálogo verdadeiramente humano.
Ricardo Ramalho
Técnico de IT