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NAMORO… TEMPO PARA O SONHO

A altura de namorar está normalmente associada a uma fase mais jovem da nossa vida.

É curioso que também os sonhos estão associados a uma fase em que somos mais jovens. De facto, em jovens é-nos mais fácil sonhar.

E em jovens sonhamos. Projetamo-nos constantemente em diferentes papéis que desempenhamos na perfeição. Acreditamos, nos nossos sonhos, que somos capazes de tudo. E acreditamos que os nossos sonhos não são apenas sonhos. Faz parte da feliz fase da juventude não conhecermos o verdadeiro conceito de ‘dificuldade’, e por isso os nossos sonhos são mais que sonhos, são projetos.

Em jovens acreditamos mais em nós. E acreditamos nos nossos sonhos.

E vamos crescendo, acreditando que cada dia é um passo na concretização de um sonho. 

Chegamos, contudo, frequentemente a um momento em que conhecemos uma pessoa particularmente especial na nossa vida. E, se jogarmos bem as nossas cartas, conseguimos conhecer bem essa pessoa. Conhecê-la de forma íntima, tão profundamente que ficamos a conhecer as suas qualidades, os seus defeitos, os seus medos e os seus sonhos. Se tivermos mesmo muita sorte, descobrimos que os seus sonhos e os nossos sonhos são equivalentes. Mas, na realidade, isso nem sempre acontece. Quando deixamos que alguém entre nos nossos sonhos, quase sempre temos de ajustar o caminho a percorrer para que se tornem reais. Então, mantendo os nossos sonhos, tentamos que o projeto da sua concretização se concilie com os sonhos da outra pessoa. 

O namoro talvez se resuma a isso: a uma fase em que percebemos que já não são apenas os nossos sonhos que comandam a nossa vida; a uma fase em que descobrimos que ajustes estamos dispostos a fazer. Em que repensamos caminhos, porque já não caminhamos sozinhos. 

Deixamos que o nosso projeto de vida seja ajustado, desviado, melhorado, improvisado e, acima de tudo, partilhado.

E é algures durante essa partilha de um projeto de vida inspirado pelos nossos sonhos, mas condimentado com o sonho de alguém que nos é especial, que deixamos de ser um só, para passarmos a viver em comunhão. Em comunhão de projetos, em comunhão de caminho, em comunhão de sonhos. 

O namoro é o tempo do sonho. Mas é também o tempo em que os nossos sonhos deixam de ser apenas sonhos. Dão lugar a algo palpável, quotidiano, real. Concretizam-se num projeto partilhado, construído diariamente, num caminho feito sempre em conjunto. 

Mariana Brito Oliveira & José Henrique Pinho
Médicos e namorados