Menu Fechar

CUIDAMOS UNS DOS OUTROS!

Nenhuma forma de bullying é normal ou aceitável. Devemos sempre educar para o respeito pelo outro, para a não violência e a não discriminação.

Bullying é um comportamento que ocorre com alguma frequência, entre crianças e jovens, nas escolas. De acordo com a UNICEF (2019) uma em cada três crianças em todo o mundo é vítima de bullying. Em Portugal, uma em cada quatro crianças refere ser alvo destes comportamentos (Esteves, 2019).

Quando falamos de bullying estamos a referir-nos a comportamentos agressivos, que ocorrem repetidamente com a intenção de magoar. Estes comportamentos podem ser exercidos por um individuo ou por um grupo, que possuem maior poder do que a vítima, existindo sempre um desequilíbrio de poder ou de força.

Identificam-se diversos tipos de bullying, como por exemplo: físico (bater, empurrar, danificar objetos, …), verbal (ameaçar, insultar, colocar alcunhas maldosas, …), socio-emocional (difamar, isolar socialmente, espalhar boatos, …) e o ciberbullying (recorrer às tecnologias para insultar, espalhar boatos, divulgar fotos de outro contra a sua vontade, …).

Por vezes considera-se que os comportamentos de bullying são normais, fazem parte do crescimento, acabam por se resolver, ou que denunciar um bully só piora a situação. Na realidade nenhuma forma de bullying é normal ou aceitável.

Devemos sempre educar para o respeito pelo outro, para a não violência e a não discriminação.

O bullying deve ser sempre denunciado, de modo a que possam ser desenvolvidas ações que permitam cessar esse comportamento.

Os comportamentos de bullying provocam sofrimento e mal-estar, podendo colocar em causa o desenvolvimento saudável e equilibrado. As crianças e jovens que são vítimas de bullying podem sentir maior tristeza, baixa autoestima, culpa, medo, irritabilidade, podem ter alterações de comportamento (perturbações do sono, comportamentos autodestrutivos, entre outros), tendência para o isolamento, dificuldades de aprendizagem e maior propensão para comportamentos depressivos.

Conscientes desta problemática e das consequências da mesma na vida de muitas crianças e jovens, as escolas devem implementar planos de prevenção e combate ao bullying e ao ciberbullying.

Estes planos são uma ferramenta privilegiada na intervenção em contexto escolar ao nível da promoção da saúde e do bem-estar da comunidade educativa, pautada pelos princípios da não violência, da inclusão e da não discriminação.

Neste âmbito, os Serviços de Psicologia e Orientação podem desenvolver ações de sensibilização/formação nas quais os alunos refletem sobre a importância do respeito pelo outro e pela diferença, aprendem o que são comportamentos de bullying, os seus tipos, consequências do mesmo e como lidar e/ou ajudar os outros a lidarem com comportamentos de bullying.

Os alunos com mais competências de liderança, por exemplo, delegados e subdelegados podem ser desafiados a assumirem o papel de “Embaixadores Escola sem Bullying | Escola sem Violência” e a contribuírem para que nas escolas exista uma cultura de atenção e cuidado para com o outro.

Que este Dia Mundial do Combate ao Bullying, que se assinala a 20 de outubro, avive em nós a capacidade de cuidarmos uns dos outros construindo comunidades educativas em que existe sempre alguém para ajudar!

Ana Filipa Borralho
Psicóloga Educacional