Em qualquer dos casos uma imensidão e ao mesmo tempo, num jeito contraditório, uma simplicidade e uma humildade que me comove.
Perguntei à Inteligência Artificial pela definição de caridade e assim me respondeu: “A caridade é, fundamentalmente, um ato de amor e generosidade em relação ao próximo. Vai além de apenas dar algo material; envolve uma intenção sincera de ajudar, compartilhar e cuidar dos outros. Pode manifestar-se de várias formas, como ajudar alguém em necessidade, oferecer tempo e atenção, ou mesmo através de gestos simples de bondade e empatia. Caridade também pode ser vista como um valor moral e espiritual, que reflete a compaixão e o desejo de promover o bem-estar coletivo.” Pareceu-me uma boa resposta.
A caridade acontece num gesto de humanidade e empatia para com o outro em pura bondade.
Mas… será que este é um valor que se aprende? Será que nasce em nós? Será que a conhecemos porque a vivenciamos a nossa volta?
Tendo crescido numa matriz católica, hoje percebo que os valores de bondade e empatia foram aprendizagens de exemplos que tive ao longo dos anos, ensinados por pais, família, professores, com a esperança para mais tarde se refletirem em actos de caridade. São esses valores cristãos que vão crescendo dentro de cada um e nos levam ao sentido moral das nossas ações. E no sentido de verdadeiro altruísmo, aquele de não querer nada em troca. Não naquela caridade como o dar auxílio por pena do outro, mas sim de uma atitude de igual para igual. Com a humanidade e igualdade de quem dá e quem recebe.
Podemos “ser” caridade!
E continuarmos a aprender todos os dias, porque podemos “ser” caridade à nossa volta, em todo o lado, nos gestos mais simples… num sorriso de um “bom dia”, num abraço de conforto, num obrigado sentido, num pedido de perdão, numa conversa honesta.
Vivemos num tempo de correria, de contactos breves, de conversas curtas, de gestos desinteressados e automáticos. Num tempo de cada vez maior distância, de teletrabalho, de teleconsulta, e telecomunicações… Por isso, tão importante recordar os valores de empatia, de proximidade, de entrega ao outro, de serviço, de amor, de caridade. Temos de estimar estes valores, mas sem esquecermos de os trazermos para a nossa vivência diária, para tudo o que fazemos, para com todos com quem nos cruzamos.
S. Paulo aos Coríntios diz, maravilhosamente, que “a caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade."
Com a verdade… Vivermos em caridade, é vivermos em verdade. Não nos esqueçamos disso.
Ontem celebramos o Dia da Caridade! Vivamo-la todos os dias.
Carolina Coelho
Médica